Parte 4 – Os Três Porquinhos e o Pato Donald
Assista aqui a 4ª parte do documentário.
Leia AQUI a 3ª parte desse artigo.
Walt Disney está em um momento de grande popularidade de seus personagens e filmes de animação, que estão revolucionando o entretenimento de milhões de pessoas em todo o mundo. Novos personagens são criados e tem suas estreias junto com o principal astro da Disney: Mickey Mouse.
No ano de 1933 “Os Três Porquinhos” é produzido. A música do desenho – “Quem tem medo do lobo mau” – torna-se um jingle nacional.
Roy convence Walt a produzir mais 3 filmes dos Três Porquinhos, “O Grande Lobo Mau”, “Três Pequenos Lobos” e “O Porco Prático”. Mas nenhum foi tão bem-sucedido quanto o primeiro.
Criado pelo desenhista Dick Lundy, em 9 de junho de 1934, o personagem de Donald apareceu pela primeira vez em “A Galinha Esperta”, um curta-metragem de oito minutos de duração dentro da série “Silly Simphonies” (1929-1939), na qual eram misturados todos os personagens da Disney.
Em seus primeiros anos de vida, seguiu sendo um convidado nas aventuras de outros personagens mais famosos, como Mickey Mouse, e compartilhou protagonismo com Pluto, mas em 1937 e após sua remodelação, estreou “Don Donald”, o primeiro curta no qual era a estrela principal.
Nessa época o Pato Donald torna-se o segundo personagem mais popular nas criações da Disney, que mais uma vez, resolve inovar.
Sua mais nova ideia agora é trabalhar na criação de um longa-metragem animado.
Desde que levou a surra de seu pai, por ter ido ao cinema escondido, Disney jamais esqueceu da história de “Branca de Neve”. Seu desafio agora, é fazer um longa-metragem com essa história.
Quando revelou sua ideia, praticamente todos pensavam que ele estava louco. Roy e Lillian tentaram convencê-lo a desistir.
Com o Mickey Mouse e os demais personagens indo bem, por que arriscar mais uma vez?
Afinal, estimava-se que um desenho animado de longa duração custasse pelo menos meio milhão de dólares (e, em grande parte devido ao perfeccionismo de Walt, acabaria custando cerca de três vezes mais).
Sua esposa e irmão não estavam sozinhos. Outros no ramo do entretenimento achavam também que era uma imprudência. Eles não acharam que Walt poderia criar uma história que prendesse a atenção das pessoas por mais de uma hora de duração. Pensavam que tal desenho afetaria os olhos do público.
Claro, Walt não ouviu nada disso. Seu instinto empreendedor era indomável e não havia nada que o convencesse a mudar de ideia.
Na verdade, Walt era um homem de negócios melhor do que muitos imaginavam.
Ele sabia que os cinemas não estavam mais querendo exibir tantos curtas de desenhos animados antes dos longas, como faziam como antes.
Um empreendedor, com visão de futuro, sempre antecipará as tendências e crises.
Além do mais, os concorrentes de Walt estavam chegando com desenhos animados fortes como o Popeye – que já rivalizava com o Mickey Mouse em popularidade.
“Eu sabia que se quiséssemos chegar a algum lugar teríamos que ir além de animações curtas”, disse ele certa vez.
A animação Branca de Neve foi cuidadosamente pensada.
Ele tinha os sete anões: simpáticos ou zangados, o príncipe, a garota e o romance. Era uma história perfeita.
Os funcionários ficaram convencidos depois que ele, em uma noite no início de 1934, encenou toda a história sozinho. Depois de várias horas exaustivas interpretando uma rainha malvada, uma doce heroína e um belo príncipe.
Sua convicção era tanta que Disney hipotecou sua casa para ajudar a financiar a produção do filme. Branca de Neve custou quase um milhão e meio de dólares, um valor enorme para um longa-metragem em 1937.
Enquanto “Branca de Neve” era produzido, junto a uma produção prodigiosa de curtas, o estúdio se expandiu. Somente em 1935, trezentos artistas foram contratados.
Enquanto isso, Walt estava convencido de que para progredir realmente, precisava treinar sua própria equipe. No mercado, simplesmente não havia lugar para eles aprenderem as habilidades que ele estava exigindo.
Então dava aulas todas as noites e também dois dias e meio por semana. Seus artistas se tornavam cada vez mais proficientes em recriar o mundo real com o recurso da animação.
O verdadeiro empreendedor, sempre se preocupará em treinar sua equipe.
Seu perfeccionismo era tanto, que cenas foram adicionadas e cortadas, quando “Branca de Neve” estava perto da conclusão. Walt achava que a personagem, parecia muito pálida, e então, Inkers e os pintores tiveram que corar suas bochechas em dezenas de milhares de desenhos. Tanto trabalho valeu a pena.
O filme estreou em 21 de dezembro de 1937, em Los Angeles.
Charlie Chaplin, Cary Grant, Jack Benny, Shirley Temple e George Burns, estavam todos lá, como lembrou um dos desenhistas de Disney, Ward Kimball.
“O destaque estava no clímax do filme, quando se presume que Branca de neve está morta, ela ressuscita com o beijo do príncipe, levando as maiores estrelas do cinema as lágrimas”.
Disney arrecadou mais de 8 milhões de dólares no mundo todo em 1938, ano de lançamento do filme, sendo a maior bilheteria de um filme sonoro para época.
Além disso, Walt recebeu mais um Oscar pelo filme que até hoje – Branca de Neve e os Sete Anões, é considerado um dos maiores sucessos infantis de todos os tempos.
Seis dias depois da estreia, Walt Disney e os sete anões apareceram na capa da revista Time. O jornal de The New York Times postou na capa: “Muito obrigado, Sr. Disney”.
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