Lembro-me de quando ainda era um jovem repleto de sonhos, e encontrava um vídeo, um texto motivacional ou tinha uma conversa entusiasmada com algum amigo. Eu ficava inspirado, animado e energizado. Sentia que estava preparado para alcançar meus objetivos. Então, cheio de energia, saía e começava a me apressar para colocar em prática ações que me levariam aos meus objetivos, mas essa inspiração nunca durava muito tempo.
Na manhã seguinte, eu me sentiria preguiçoso e desmotivado de novo, como de costume. Já se sentiu assim?
O começo do pensamento
Certo dia, eu me lembro muito bem, estava pensando sobre a minha vida e comecei a imaginar…
E se nos últimos 5 anos da minha vida, eu tivesse sido produtivo diariamente, como minha vida seria hoje? E se eu não fosse preguiçoso nem mesmo um único dia? Será que eu teria alcançado a maioria dos meus planos e minha vida teria sido completamente diferente?
Então eu prometi a mim mesmo que, a partir daquele dia, eu nunca mais seria passivo e preguiçoso. Comecei a definir objetivos e seria obcecado em atingi-los. Era assim que eu queria que minha vida fosse. Eu acreditava que, no dia em que conquistasse algumas dessas metas, teria motivação natural e automática para acordar todos os dias e viver esses sonhos. No entanto, algo estranho aconteceu quando eu comecei a conquistar algumas dessas metas: descobri que depois de conquistar esses objetivos, eu ainda tinha que criar motivação diária para mantê-los bem sucedidos e em desenvolvimento.
Então, passei muito tempo analisando, pensando, tentando entender exatamente o porquê eu ficava assim tão desmotivado. Eu sei que parece uma desculpa apenas para justificar algum tipo de incompetência, mas eu sabia que se não resolvesse esse problema, minha vida iria “virar de cabeça para baixo”.
Acredite ou não, eu descobri uma solução para essa constante insatisfação.
A razão da perda de motivação
A razão para eu perder a motivação tão rápido, mesmo depois de minhas conquistas, é que eu me concentrava demais em meus objetivos futuros. Eu sei que isso soa um pouco controverso, mas preste atenção.
Eu me concentrava somente nos objetivos futuros, depositando expectativas elevadas nesses objetivos, esquecendo de viver o presente. Isso me dava esperança de que um dia eu conseguiria atingir meus objetivos e minha vida seria do jeito que eu imaginava. Até aqui, isso não era problema, mas como já descrevi anteriormente, acontecia algo estranho quando atingia alguns objetivos. Nunca estava satisfeito com eles.
Eu pensava: vou trabalhar duro, ganhar muito dinheiro, criar muitas fontes de renda passiva e, então, aproveitarei a vida. Mas o que acontecia geralmente era o contrário: toda vez que eu atingia um certo objetivo, ficava desapontado porque não era o que eu esperava. E, assim, voltava a ficar desanimado novamente. Inconscientemente eu acreditava: “tudo bem, eu vou ser feliz quando eu alcançar o meu próximo objetivo”. Porém o sentimento de descontentamento retornava. Estava tão obcecado pelo destino final, que acaba esquecendo de aproveitar a jornada que me levava a esse destino.
A motivação
É como quando você está na escola e espera ansiosamente o dia em que vai passar no vestibular e finalmente chegar à faculdade. Entretanto, uma vez que você chega na faculdade, o desapontamento vem, pois a vida na faculdade não é fácil. E então você começa a pensar que as coisas vão melhorar somente quando se formar. Mas todos sabemos o que acontece a seguir, a vida pode ficar mais difícil ainda.
Ao se formar, você começa então a imaginar o emprego dos sonhos. E que só será realmente feliz e terá motivação constante quando acordar todos os dias para trabalhar na área pela qual estudou tanto tempo. Até que um dia, finalmente, depois de muito esforço conquista esse emprego, mas não demora muito tempo para descobrir que a vida nessa nova fase não é como você imaginava. Você está na escala mais baixa do organograma, trabalha muito, ganha pouco e não é valorizado. Não demora muito para pensar exatamente a mesma coisa: talvez terei mais motivação em minha vida se definir um novo objetivo.
Você agora começa a acreditar que vai realmente ter motivação para acordar todos os dias e ir para seu trabalho, quando conquistar um novo posto na empresa. Seu objetivo agora é ser o gerente. Até que depois alguns anos de trabalho árduo, você finalmente conquista essa posição. Mas novamente o mesmo padrão se repete. Você começa sentir a mesma coisa que sempre sentiu quando conquistou um objetivo. Um desânimo por descobrir que terá que encontrar motivação diária para enfrentar os desafios da nova posição. Então você começa a acreditar que teria motivação automática diária, se tivesse seu próprio negócio.
Você pensa:
“Quando eu abrir meu próprio negócio, será a melhor coisa que acontecerá em minha vida. Vou ser dono de meu próprio tempo, poderei viajar quando quiser, ganhar muito dinheiro, ter mais qualidade de vida e trabalhar menos. Vai ser maravilhoso”.
Então um dia, você pede demissão, faz um empréstimo e, finalmente, abre seu próprio negócio. Mas… adivinha? Não demora muito para descobrir que a vida de empresário não é fácil e que a coisa mais difícil é encontrar motivação diária para apagar os incêndios cotidianamente em sua empresa.
Passado alguns anos, agora velho e cansado, você volta a pensar que a motivação que precisa para acordar todos os dias somente será real quando você conseguir se aposentar. A parte irônica é que você pode simplesmente não viver até esse dia.
Então, qual é a solução? Simples, viva essa grande e inspiradora vida HOJE! Não amanhã, não no próximo ano, não quando você se formar, mas agora mesmo!
Por quê?!
Porque você vai morrer em breve! A morte é exatamente a motivação que torna a vida significativa. Eu sei que alguns de vocês podem dizer: “isso é um absurdo absoluto!”. Mas apenas pense sobre isso:
O fato de você ter uma quantidade limitada de tempo nessa vida é a maior motivação de todas. E o que poderia ser mais inspirador do que saber que, se você não viver essa incrível vida hoje, você pode nunca ter a chance de vivê-la novamente?
Uma das melhores coisas que aprendi com Steve Jobs é:
“Toda manhã antes de começar meu dia. Eu olho para o espelho e digo a mim mesmo: se hoje fosse o último dia de minha vida, queria fazer o que vou fazer hoje? E se a resposta fosse ‘não’ por muitos dias seguidos, eu sabia que precisava mudar algo“.
E é isso que eu mantenho em minha mente pelo resto do dia. Os desafios que você enfrenta diariamente nunca vão desaparecer. Eu garanto que mesmo se você se tornar um bilionário, você vai enfrentar desafios todos os dias.
Então, ao invés de fugir deles, abrace os desafios e torne-os parte de seu estilo de vida. E é assim que você se mantém motivado o tempo todo!
Clailton Luiz.
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